O VIOLÃO - AULAS DE VIOLÃO

O cuatro venezolano, também denominado cuatro llanero, cuatro tradicional, cuatro criollo ou simplemente cuatro, é um

instrumento de corda pulsada que possui quatro pares afinados na razão de: la₁, re₂, fa#₂ e si₁. Pertenece a familia das antigas

guitarras e guitarrilhas espanholas. É de tamanho reduzido e deve seu nome ao número de cordas que possui, a diferença de por

exemplo do atual cuatro porto-riquenho, de cinco pares de cordas metálicas. É um instrumento típico e emblemático da música

venezulana e da música colombiana, sua peculiar afinação totalmente ascendente é um elemento bastante distintivo e original,

se utiliza tanto nos campos como nas grandes cidades, e pode executar-se como solista ou como instrumento acompanhante.

Suas cordas de nylon produzen un belo som, melancólico porém sobrio. É um instrumento típico e emblemático da música da

Venezuela, também se encontra na Colombia, na música lanera que compartilham ambos países, como no joropo de

los llanos o "joropo llanero", e outros ritmos dos Andes colombianos. Na Colombia é denominado cuatro llanero; quizás sua forma

atual se tenha gestado em parte nos atuais llanos colombo-venezulanos, sendo que na Colombia este instrumento está

principalmente presente na música llanera, não obstante também se pode escontrar em outra música típica colombiana.

Na Venezuela, se chama não injustamente cuatro venezolano posto que se executa quase a totalidade de gêneros musicais

folclóricos venezulanos: a gaita zuliana, o calipso de El Callao, os villancicos, os aguinaldos e a parranda, o galerón, o polo,

a jota, a malagueña, os vals, o merengue, a música canhonera, a música campesina, o paso doble, a fulía, a tonada,

a polca, o bambuco, o ritmo orquídea, o emblemático joropo de arpa, cuatro e maracas, entre outros.

Afinação

A afinacão canônica é:

la - 1ª oitava

re - 2ª oitava

fa# - 2ª oitava

si - 1ª oitava

Algumas das afinações normais antigas do cuatro são la₁-re₂-fa#₂-si₂ e sol₁-do₂-mi₂-la₂ em formas ascendentes.

As cordas que usava o cuatrista popular venezulano eram de duvidosa qualidade, construidas de tripas de animais, as

quais não suportavam a tensão da corda mais aguda si₂ afinada na segunda oitava, solucionando-se baixando esse si₂ a si₁

na primera oitava obtendo deste modo, por um motivo mecânico-econômico, a afinaçãlo característica do

cuatro venezolano. Atualmente as cordas dos cuatros são de nylon.

Execução

Normalmente se toca rasqueando as cordas. A afinação padrão não permite muitas saidas deste esquema, e as vezes é

necesario mudar a afinação para dar novas possibilidades melódicas, como no caso do cuatro solista.

Variantes

O cuatro tradicional possui variantes baseadas fundamentalmente no número de cordas e afinação.

Cuatro e meio

É um cuatro com uma corda complementar que se sujeita por uma cravelha na parte inferior do corpo. Não pode ser tocada, produz

uma entonacão fixa e cumpre o papel de ressonador. Acualmente está em desuso.

Cinco

Se caracteriza por ser um pouco mais grande que o cuatro, e recebe seu nome devido ao número de ordens e afinação.

A técnica de execução é igual a do cuatro. Se utiliza nos estados andinos da Venezuela (Mérida, Táchira e Trujillo)

e em Lara, Carabobo e Falcón.

Cinco y medio

De mesma maneira que o cuatro e meio, agrega ao cinco uma corda denominada tiple, a qual aporta uma ressonância

permanente, e é importante destacar que cai bem quando se toca.

Seis

É ligeramente maior que o cinco, com seis cordas, porém cinco ordens. É conhecido na região centro ocidental,

especialmente nos estados Lara e Falcón. Se parece con a jarana mexicana em sua concepção e afinação.

Octavo

Apresenta oito cordas dispostas em quatro pares. É praticamente uma guitarra renancentista em desuso e que,

nos últimos tempos, tem recibido vida das mãos do luthier carorenho Antonio Navarro. Também conhecido no estado

de Táchira, Venezuela como Cuatrocho, resgatado pelo luthier Ramón Contreras.

Cuatro Monterol

Cuatro de caixa pequena, com cinco cordas; é utilizado no estado de Lara para animar o tamunangue. Monterol,

um luthier que viveu no início do século 20 no Estado de Lara e que alcançou fama como fabricante pela

sonoridade de seus instrumentos. Uma característica especial do quatro de Monterol é o perfeito equilíbrio que

mantém junção e caixa. Além disso, a caixa é feita de 6 partes (2 frente, 2 traseiras e 2 lados

que fornece a base sólida, uma vez que os lados foram reforçados para aumentar a sonoridade.

Origem

O cuatro é um instrumento musical típicamente venezulano, de origen llanero, que consta, como indica seu nome,

de cuatro cordas, as quais podem ser de tripa ou de nylon, e que se denominam de esquerda a direita: quarta,

segunda, primera e terceira, ao peso que, musicalmente, correspondem os nomes de: LA, RE, FA# e SI.

Tem suas origens muito remotas. Aparece registrado no Irã e em Creta em forma ovoidal e quadrado. Há quem afirme

que ja existía em 3.000 AC., porque foram encontrado instrumentos similares no Egito, que por sua vez são derivados

de instrumentos caldeo-asirios. Surgiu na Espanha no início do século XIV com quatro ordens. Posteriormente foi

Maestro Salinas ( maestro de capela dos reis católicos ) a adição da quinta corda e Vicente Espinel ( quen estabeleceu a

forma estrófica atual da décima ) a adição da sexta corda no início do século XVII ( conhecida como bordão ou

espinela ) dando origem ao violão atual. A música da época era contrapontística, Não se usava rasqueados.

Foi Carlos Amat, no final do século XVI, quem ensinou a tocar o cuatro da maneira típica em que agora se faz.

O cuatro chegou a Venezuela com a conquista espanhola, e entrou pela cidade de Coro, que no século XVI era a

cidade mais desenvolvida do país, donde existía a primera diocese, arquidiocese e música nas igrejas.

De Coro passa a El Tocuyo, Carora, Barquisimeto, Portuguesa e Barinas. Em crônicas de El Tocuyo e Carora se

citam tocadores de guitarra o cuatro. Cumaná era a segunda cidade em importancia e é provável que por vía marítimo-fluvial

se expandiu desde ali por toda a orinoquia. O missionário jesuita Miguel Alejo Shabel chegou a Barinas entrando por Borburata e

em 9 de abril de 1705 escreveu a Miguel Angel Tamborino suas observações de 15 días de festas em homenagem a Santa Luzia

e Imaculada Conceição. Os cantos se acompanhavam com caixas, tamborins, harpas e guitarras.

Luthiers

Na Venezuela os cuatros com maior renome são os de Barquisimeto e Carora, produzidos pelas fábricas dos Irmãos Chirinos e

de Javier Camacaro, no Catire, Tumayo,Tumayo filho, Elisaul Navarro, Albino Hernández, Luis Ramirez, assim como os de Antonio Cañas no

Cumaná ( os preferidos de Alí Primera ). Também se encontram luthieres como Luis Ruiz "Gordation", quem fabrica instrumentos

com fibra de vidro e madeira nobre, com resultados extraordinarios, Elis Pérez em Valencia e também Edgar Ramírez Roa

de Seboruco, Estado Táchira, fabricam cuatros de altíssima qualidade. É possível que em outros lugares do país se encontre

luthiers de alta qualidade como é na escola de música da sede da orquesta sinfônica do estado Aragua, na cidade de

Maracay. Também em San Fernando no estado de Apure, ha um luthier chamado José Leonardo Jiménez que constrói

cuatros de excelente som e qualidade, tanto com madeiras nacionais venezulanas, como com maderas mais finas e importadas.

É importante destacar que os luthires de Chacao que trabalharam ali por muitos anos construindo e reparando instrumentos de

cordas, entre os Luthieres mais destacados se encontram Melvin Colina, Rafael González e Claudio Lazcano.

Cuatristas virtuosos

Fredy Reyna: levou o cuatro a palcos internacionais e criou um método para sua execução em concertos.
Jacinto Pérez: Máximo exponente da moderna cuatristica venezulana, oriundo do estado de Vargas
Enio Escauriza: Docente, compositor e destacado solista da Escola Fredy Reyna, Autor do "Caderno de Estudos e Temas
para o Cuatro solista da Venezuela, menção honrrosa, categoría Livro de Arte, Concurso Nacional do Livro 2005".
Hernán Gamboa: desenvolvedor da técnica de "rasgapunteo" ( rasgueo e ponteio ).
Cheo Hurtado (Asdrúbal José Hurtado): grande executante atualmente, quando toca o instrumento sua mão
direita se move a uma velocidade maior que os olhos são capazes de perceber e sua mão esquerda continuamente
rasqueia as cordas para cima e para baixo.
Leonardo Lozano: Um dos melhores executantes da rama cuatristica de Fredy Reyna, cuatrista e guitarrista
de uma larga trajetória.
Jorge Polanco: Estreiou em uma adaptação do Concerto de Aranjuez com a Orquesta Múnicipal da Venezuela
Rafael "pollo" Brito: Desenvolveu uma técnica rítmica muito particular no instrumento, que é a marca registrada
musical deste artista.
Eloy Miranda: Estudioso e pesquisador do cuatro. Baseia sua técnica e estilo no desenvolvimento de peças tradicionais
para o cuatro ( bolero, jazz latino, tango, ...).
Samuel Freites: Interpreta peças de gêneros como: joropo oriental, joropo llanero, merengue, mambo, entre outros. É muito
reconhecido na cidade de Juan Griego. Atualmente esta em busca de novas ideias para realizar novos concertos.
Edward Ramirez: cuatrista dos grupos Kapicua e C4 trio.
Jorge Glem: conhecido como "O astronauta do cuatro".
Fermín Deyán: possui grande dominio na execução do Joropo Oriental, interpreta diversos gêneros musicais do
mundo como solista.